31 dezembro 2007

Também é o nome usado para designar a madeira do castanheiro

Filipa Bonirre

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Les Statues Meurent Aussi (Alain Resnais, 1953)

At land (Maya Deren, 1944)

30 dezembro 2007

Tem a mesma cor da fruta que lhe dá o nome


Filipa Bonirre

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L'Atalante (Jean Vigo, 1934)

O homem com a câmara de filmar (Dziga Vertov, 1929)

29 dezembro 2007

A luz passa a não ser visível denominando-se ultra-violeta

Filipa Bonirre

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Metropolis (Fritz Lang, 1927)

Sunrise (F. Murnau, 1927)

28 dezembro 2007

Naná (Jean Renoir, 1926)

O infravermelho não é perceptível pela visão humana


Filipa Bonirre

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Aelita: Queen of Mars (Yakov Protazanov, 1924)

A Greve (Serguei Eisenstein, 1924)

27 dezembro 2007

Uma mulher do Mal: Benazir Bhutto 1953-2007




Le retour à la raison (Man Ray, 1923)

Schatten - Eine nächtliche Halluzination (Arthur Robison, 1923)

26 dezembro 2007

Das Kabinett des Doktor Caligari (Robert Wiene, 1920)

23 dezembro 2007

Herberto Hélder: Documentário na dois.


John Coplan

Sobre o maior poeta português mais ou menos vivo. O documentário organizou-se em torno do mistério do seu desaparecimento público desde 1969 e nisso se esgotou. Mais informação biográfica que literária. Alguns pormenores deliciosos, sobretudo de Luiz Pacheco (que sem dentes mas com legendas resulta muito mais inteligível). Os textos escolhidos foram lidos naquele declamatório romântico em que se perdem as palavras mas resiste alguma emoção. A música era fúnebre e os que chegaram perto do fim pensaram que Herberto Hélder, e Toda a Poesia, finalmente tinham morrido.

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RAP, um rapaz do Mal


Witkin


A entrevista do Expresso com um MEC quase inaudível. Nos excertos seleccionados destaca-se um tema que deveria merecer mais reflexão. A ameaça da queda no acme do êxito, a insinuação da desgraça quando tudo sorri, parecem assolar a carreira do Gato, nuns lados como maldição, noutros como precavência ( o uso do verbo precaver fora das formas arrizotónicas é uma das passagens interessantes do diálogo).
A outra é a fala final do RAP, quando explica que não bebeu até aos 25 anos. Não bebeu nem saiu à noite. “Quase nada, aliás. Mas depois, para aí com vinte e tal, talvez 25, começo, sim, a beber cerveja com caracóis, e, de repente, cerveja, e vinho branco com marisco, e depois vinho de tinto com tudo, e, de repente…”

Por enquanto o Gato é grande, o Gato é mais-que-perfeito. E fica assim, suspenso neste espanto que é, de repente, à mesa pós-beckettiana do MEC, perceber que, de repente, bebe chá, de que ainda não gosta e é tempo de, por precaução, parar.

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Vasco Pulido Valente


Wegman

O único cronista ainda vivo.

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Os gémeos polacos


Os gémeos polacos, um na Presidência da coisa, outro nos negócios internos, foram a sensação do ano. Barroso fez esquecer o primeiro-ministro que fugiu e nos deixou, quando a tanga ainda estava mal coberta, à guarda de Lopes, nesses tempos de alegre estouvamento, quando os blogs estavam em flor e parecia que esquerda havia ainda. Quem se lembra do quarteto imperial dos Azores, meia hora antes de o bobo americano carregar no botão da guerra. Sócrates é um vencedor, o mais gémeo dos dois, o mais polaco. Sócrates é o mentor de Sarkozy. Explicou-lhe as medidas para acabar com o estado-providência e como, para épater os intelectuais da esquerda, funciona melhor uma namorada de plástico que um Kourchner em fim-de-carreira. Isto está a ser porreiro, pá.

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Os Piores do Mal: Campos & Pires


Anna Blume



Campos

O malfeitor. O habilidoso dos mellos e dos espíritos santos. Secou o serviço público, entregue ao desleixo, à desistência, ao desânimo e aos salazaritos, onde a única inovação são os contratos milionários e sem escrutínio dos concursos informáticos e do controle digital. Fechou urgências, maternidades e serviços, acabou com as carreiras médicas entregando força de trabalho e mercado às empresas que investem na doença. Pesporrente, cultor da escatima, vingativo. Um flato cheio de conteúdo. Contou sempre com a ignorância do público, a pacatez dos media e a culpa nada metafísica dos médicos. Quando voltar aos negócios da assessoria o serviço de saúde estará pronto para a implosão final.

Pires

A parola da cultura. A comissária do primeiro-ministro. A aparatchique dos tempos actuais, em que o engenheiro das almas é o senhor Berardo. Os museus ao abandono e uma seta no Público a subir. As mulheres, os homens e as crianças, do Porto e de qualquer lugar, deviam corar com esta senhora tão nula, tão desprovida de qualquer qualidade que a recomende para a função. E se lhe resta algum amigo que não beneficie dos negócios, devia dizer-lhe.

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21 dezembro 2007

Nesta época reinam os caminhos do céu


Foto: Filipa Bonirre

20 dezembro 2007

Nesta época reina a concórdia


Foto: Filipa Bonirre

Uma mulher do Mal: Irene Flunser Pimentel



Ela deu-me A história da Pide. Eu já tinha. Eu vou-lhe dar A Mocidade Portuguesa Feminina. Eu dei-lhe Os Judeus em Portugal na II Guerra. Ela já tinha. Trocou pelas Mulheres durante o Salazarismo.

(A minha mãe eu e Irene F Pimentel)

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Quase natal

Ah, um texto de natal.

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19 dezembro 2007

Nesta época reina a abundância







Fotos: Filipa Bonirre

O primeiro dia do Inverno no Norte

Está um tempo do caralho. Andam todos mal dispostos e desconfiados como o caralho. E estou gelada como o caralho. É tudo do caralho aqui, "à beira" do Douro, foda-se caralho.

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sent by sms

rosaarosa

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Um beijinho cheio de causas.


Andrés Serrano

Uma glória da bloga, em travesti s.vicente de paula, decidiu dar os presentes de natal. Um dos rapazes, por sinal simpático, agradeceu . – Obrigado - disse o feliz. - Um beijinho cheio de causas - disse o contemplado.
Está aqui tudo. Um programa global. Uma espécie do biscoito justo dos afectos. Um manifesto político condensado. Com a pontinha dos lábios, envolto em silicone, batom anti cieiro, sem ponta de tabaco mas com um leve toque de canabinóides, um beijinho seguro, um beijinho só, um beijinho único, mas cheio de causas. Que causas? As causas.

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18 dezembro 2007

Nesta época reina a alegria


Foto: Filipa Bonirre

A Carla Bruna e o presidente Kaposy



O poder é afrodisíaco. Este homem reuniu imenso poder, derrotou os socialistas franceses, montou a tenda no Eliseu, bebeu vodka com Putin, comeu churrasco no rancho dos Bush. Tornou-se, para as mulheres, extremamente atraente. A Carla Bruna é uma miúda esperta. Alguém lhe disse, mas não era preciso. Está escrito que os presidentes do ocidente europeu devem ter namoradas de plástico. A ex-modelo e o actual Presidente. Um bilhete postal para a sociedade dos bonecos chineses. Mais um balão para o natal dos pobres.

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17 dezembro 2007

Pedro Mexia

Este fim de semana Pedro Mexia escreveu sobre Fassbinder e eu pensei que era estranho que um homem como ele, de uma dissidência discreta e controlada, se interessasse por Fassbinder, ao ponto de ver os vídeos, escrever sobre eles, classificá-los. Estranheza relativa. Conheci PM pela poesia. Uma poesia pós-adolescente da qual parece ter-se distanciado, onde já se anuncia um trajecto desconforme com o que lhe fora destinado, longe dos colegas do código civil e das avenidas novas. Depois vieram os blogs e a luta política. Havia a preparação para a guerra do Iraque e PM estava do outro lado. Escrevia na Coluna Infame, um nome de fogo. E se a razão não lhe parecia sempre assistir, e nenhuma na questão fulcral da legitimidade e da oportunidade da intervenção americana, a qualidade dos seus textos era inquestionável e quase sem par.
Mais tarde o PM tornou-se célebre e teve a merecida glória mediática. Nunca deixou a blogosfera, calculo que por vício humilde. Cultor do pequeno post wildiano, criando uma persona tímida, canhestra, erudita, sensível, individualista, PM é um sedutor que ataca as mulheres pelo lado materno apiedado.

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12 dezembro 2007

A crise do musgo

Nunca percebi como é que homens tão duros como os bombeiros, sempre prontos a descer pelo pau da torre ao som da sirene de alarme, se ajoelhavam em Dezembro para desembrulhar as pequenas figuras do presépio e montar esse prodígio de lagos, cascatas, seixos, estrelas no firmamento e classes sociais ordenadinhas na terra, ao pé das bestas domesticadas, espécie atrás de espécie até aos animais que incubaram aquele pequeno deus desamparado. Os sapadores bombeiros, ao lado do presépio, parecem albatrozes em terra, bois mansos, sapos de grandes olhos injectados aguardando visitantes. Este ano, a crise do musgo, diz a Rosa, e a mudança de instalações, atingiu duramente o presépio dos sapadores bombeiros. As figuras de cerâmica já não dão com as novas instalações. Pediam-se outros materiais, outros efeitos especiais, outra ousadia. Mas não há musgo a não ser nos bosques, verde e fofo, entre as árvores , ao lado dos fungos, longe do fogo e dos sapadores bombeiros.

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11 dezembro 2007

little black spot


Raquel, em Trofa

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As cruzadas vistas pelos árabes.








Vi os ex-ministros e actuais empresários e os actuais ministros e ex-empresários. Vieram ver o ambiente de negócios. Só ver o ambiente.

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Cabeleireiro


Sophie Calle

Pela primeira vez foi sozinha ao cabeleireiro. O corte era mau mas a cerveja boa. Inscreveu-se num mailing. Vão mandar-lhe convites para excelentes oportunidades. A primeira foi logo no dia seguinte. Para escort-girl de uma delegação da Cimeira.

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Um silêncio imponente



Primeiro-Ministro José Sócrates recebe o Chefe do Estado da Líbia, Muammar Kadafi, Residência Oficial, Lisboa, 6 Dezembro 2007 (Foto: Ricardo Oliveira - GPM)


Bruno, por exemplo, há silêncios mais imponentes do que capas. E há quem diga o que não pode ser calado. Uma vez, duas, três, quatro.

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09 dezembro 2007

Contactos


Foto: Filipa Bonirre

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08 dezembro 2007

On The Road



Foto: Filipa Bonirre

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07 dezembro 2007

Linguagem gestual diplomática subtil

06 dezembro 2007

Arms


Foto: Filipa Bonirre

Arms, de Nasan Tur (Offenbach, 1974)
«(...)originalmente, esses braços pertenciam a fotos de políticos publicadas na imprensa internacional. As imagens dos braços foram recortadas pelo artista como forma de as descontextualizar, tendo sido depois reunidas como um alfabeto da comunicação política que tem lugar na esfera pública. Não temos qualquer informação sobre a quem pertence este ou aquele gesto, que foto foi tirada por que organização, nem quem é o público. Esta falta de informação empurra-nos para uma espécie de tabula rasa, o que nos deixa ver as coisas com mais clareza. A dedução que o artista faz da comunicação pública – que o corpo é a única forma de comunicação – traz a lume outra discussão relativamente à forma como as massas são controladas.(...)»

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Os vários sacos da Humilhação

Da Literatura é um excelente blogue, onde João Paulo Sousa e Eduardo Pitta, mais assíduo, assinam os melhores posts médios escritos em português sobre literatura. Isto não impede que se discorde quando, como ontem, a iniciativa dos intelectuais que criticam à cimeira UE-África não ter inscrito nos seus trabalhos as tragédias humanitárias do Darfur e do Zimbabwe é menorizada
Se Eduardo Pitta não tem nenhum instrumento que meça a dimensão da desgraça não devia ter dedicado um post curto a um reparo que pode ser correcto, mas é menor, no contexto da tomada de posição referida. Sempre houve quem intimidasse os intelectuais, quem não lhes desse um estatuto que fosse além de assinar os seus livros, quem não lhes concedesse outra credencial para lá de serem peritos de uma área do conhecimento. Como se a política dura fosse para os profissionais do maquiavelismo e aos intelectuais restasse a graça da inocência.
A utilização manipuladora dos intelectuais para a agenda política e o abaixo assinado automático a que se dedicam algumas famílias desacreditou o papel cívico dos intelectuais. Mas devem estar todos submetidos à ditadura da diplomacia? Devem as grandes e respeitadas vozes da cultura deixar o terreno permanentemente ocupado pelos pastores da consciência que semanalmente nos ordenham o mundo?

Outro aspecto em que a crítica de EP parece injusta é quando escreve que a fraqueza económica do Zimbabwe “ exonera a intelligentzia de uma prudente reserva diplomática”. Não estou a ver J. M. Coetzee, Wole Soyinka, Günter Grass, Nadine Gordimer, Dario Fo, Tom Stoppard, Colm Toibin, Jürgen Habermas a telefonarem aos secretários de estado dos seus países ou às federações patronais para perceber se uma posição é conveniente ou prejudica o bom ambiente dos negócios.

Finalmente. A pequena tragédia da perseguição aos cidadãos dos países africanos que descendem dos colonos brancos, ou com eles são identificados pela cor da pele ou pelo sotaque, é o tema de Disgrace, um entre outros dos livros de Coetzee. Coetzee é enorme e tem toda a autoridade para denunciar a diplomacia que, em nome do consenso, tem que ignorar a realidade e tratar do mesmo modo o vilão e o político normal.

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05 dezembro 2007

Turn around, turn around, turn around, you are so beautiful!



Foto: Filipa Bonirre

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04 dezembro 2007

Improviso

Índia

A Ana vai ler o livro do MST. Pior. Ameaça que vai levar o livro para a Índia. A Índia não tem culpa mas eu sinto que, se isso acontecer, vou passar a gostar menos dela. Só um bocadinho menos e isso não é nada terrível. Acho que estou a envelhecer.

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02 dezembro 2007

Ingrid, Clara Rojas, milhões de anónimos e a nossa indiferença

Ingrid Betancourt, poucos dias antes de ser raptada e tomada refém pelas Farc. 2002

Clara Rojas e Ingrid Betancourt. 15 de Julho de 2002, primeiras imagens de cativeiro.


Provas de vida. Reveladas pelos serviços secretos da Colombia, supostamente apreendidas a guerrilheiros das farc envolvidos na negociação em que Chavez servia de mediador.

As negociações para a libertação de Ingrid Betancourt mostram que o presidente da Venezuela,Uribe, e as Farc, são duas faces da mesma questão. Enquanto o drama colombiano continua, os intelectuais discutem literatura em Guadalajara. Fernando Vallejos, excluído da FIL de Guadalajara disse o que tem de ser dito (ver Babelia da semana passada).

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Gore Vidal apunhalado




A editora Casa das Letras traduziu a recente autobiografia de Gore Vidal que cobre o período de 1964 a 2006. André Moura Cunha, no excelente In Absentia, faz uma recensão deste livro, que afortunadamente deve ter lido na edição inglesa. A tradução portuguesa é ilegível. Uma manifestação de incompetência, falta de profissionalismo e desrespeito pelos leitores. A leitura é impossível. A começar pelo título, Navegação Ponto por Ponto em vez de Navegação de Cabotagem. Em cada frase existe um motivo de irritação, uma perplexidade:

O ecrã está agora cheio de Jay Leno e outros a contar piadas apinhado até o fogo dos morteiros acabar com ele e desaparecemos aos poucos (p66).
Deu-se o caso de Na Evening with Richard Nixon foi a a minha última peça na Broadway (p69)
O manhoso Dick Nixon levou a melhor de jack numa ocasião. (p73)
Randy Shilts apresentou-se como sendo o primeiro repórter declaradamente homossexual de um jornal influente e que, em breve, o seu livro And The Band Played On o tornaria famoso (p 79)
Resolvi tomar a defesa (…). Várias ruidosas confrontações entre Randy e eu não produziram efeito (p79).
Suspeito de que, provavelmente, citei Montaigne e isso apareceu no livro, como tantas coisas mais, como algo que eu tinha dito. (p 82)
Edward, um enfermeiro russo (…), vinha de madrugada ligar Howard em antibióticos.
Howard tinha sido cantor profissional até realizar, tristemente, que era um retardatário menor a essa época dourada de cantores liderados por Frank Sinatara e Tony Bennet. (p 92).
Antes de nos conhecermos ele trabalhava em publicidade, trabalhando oito anos num centro comercial. (idem).
Desejava beneficiar da sua voz sozinho (p 93)
…dormia pesadamente de mais.(idem)
Por que não? (9
4)


Nesta altura do tormento já teria normalmente escrito uma carta ao senhor José Luís Luna, que assina a tradução, perguntado à senhora D. Maria de Lurdes Cruz que coisas interessantes fez em lugar da revisão do senhor Luna e exigido a devolução dos 17 euros à Casa das Letras. Mas fui até à página 136, momento em que reparei que o único prazer que retirava do texto era a anotação das barbaridades a que este fora submetido. Como não costumo queixar-me à Deco desabafo consigo, leitor hipócrita.

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